quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Participe do ato pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher!


Participe do ato pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher! Dia 29 e novembro, às 15 horas, no Parque Redenção.






O dia 25 de novembro marca a data internacional da luta pela Eliminação da Violência Contra a Mulher. Este dia foi oficializado pela ONU, em 1999, em homenagem a três mulheres dominicanas, as irmãs Mirabal, que foram assassinadas, na década de 1960, a pauladas por buscarem melhores condições sociais.

Quando se discute sobre abuso contra a mulher, muito se fala em violência doméstica, já que essa é a forma mais visível e disseminada de sofrimento imposto a ela. É importante, no entanto, ressaltar que a violência contra a mulher não se restringe à agressão física explícita e que existem outras formas de violência às quais elas estão submetidas.

Na Convenção Interamericana sobre Violência Contra a Mulher, ocorrida em Belém, em 1994, definiu-se violência contra a mulher como “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado”, sendo que esta última é uma das mais comuns e mais difíceis de se identificar.

A violência psicológica contra a mulher é também uma das mais perversas, pois está profundamente arraigada em nossos hábitos, costumes e comportamentos sócio-culturais, e, justamente por isso, ela acaba sendo naturalizada e tornando-se complexa de distinguir. A identificação de alguns comportamentos tais quais "frescura", "fragilidade", "covardia", "delicadeza", "desatenção", "detalhismo", “vaidade”, a preocupação com a estética etc. como sendo características típicas femininas, e sua consequente abjeção, evidenciam a aversão ao feminino - a misoginia - e a supervalorização do masculino como comportamentos normativos, exemplares, em nossa sociedade machista e patriarcal. O conflito psicológico surge justamente quando a mulher que não se sente enquadrada nesses estereótipos tenta se moldar aos padrões de feminilidade, padrões esses historicamente sugeridos pelos patriarcas, enquanto detentores do poder, a seu favor.

E é exatamente quando a mulher tenta sustentar esses pré-requisitos de feminilidade para ser socialmente aceita e quando se tenta controlar seu comportamento por meio de imposições sociais que se é possível perceber os efeitos sócio-psicológicos do sexismo sobre ela. Umas das facetas desses pré-requisitos manifesta-se através da ditadura da estética.

A supervalorização da aparência e a obsessão pelo corpo perfeito são reiterados pela indústria dos corpos como formas de realização pessoal e de se alcançar a felicidade, quando, na verdade, objetificam o corpo feminino e reforçam a discriminação contra quem foge desses padrões impositivos de beleza. Ao se verem longe do ideal estético, as mulheres iniciam uma busca frustrante para atingi-lo. E isso é uma forma de violência. É violento porque abala sua auto-estima, causa danos psicológicos e prejuízos à sua saúde física. Mulheres anoréxicas e com transtornos alimentares são vítimas de violência; mulheres deprimidas por serem “feias” são vítimas de violência; mulheres que perderam a expressão facial devido ao uso exagerado de Botox são vítimas de violência; e todas são vítimas da opressão causada pela ditadura estética.

A violência subjetiva contra as mulheres pode ter outras conseqüências mais funestas além de suas exigências estéticas. Quando o padrão de beleza burguês e eurocêntrico recai sobe as mulheres negras e/ou pobres, por exemplo, mais distantes de atingi-lo, sua opressão toma recortes raciais e de classe, multiplicando suas repercussões sociais e psicológicas. Da mesma forma, amplifica-se a opressão quando as mulheres, sejam lésbicas ou heterossexuais, não se sentem representadas e não se enquadram nos padrões de feminilidade, sofrendo também de homofobia.

Acreditando que a idéia de feminilidade e o ideal de beleza são conceitos socialmente construídos e ferramentas de controle, o Coletivo Antissexista Corpos em Revolta mostra seu repúdio, nesse dia Internacional da Eliminação da Violência Contra a Mulher, a todas as formas de misoginia, machismo, sexismo, homofobia, e racismo, que vitimizam e inferiorizam as mulheres.

Não acreditamos em padrões de feminilidade nem aceitamos padrões estéticos! Somos a favor da diversidade de corpos e de personalidades, da subversão dos valores sexistas que controlam nossas relações! Propomos uma sociedade onde não haja distinções de gênero, cor, etnia, sexualidade ou qualquer outra forma de inequidade sustentada pela sociedade de mercado!

Para marcar essa data, o Corpos em Revolta fará um ato simbólico no Parque Redenção no domingo, dia 29 de novembro, às 15 horas. Traga sua revolta e participe!

corposemrevolta@gmail.com